Estudo de Caso: Sistema De Manejo De Bagagem Do Aeroporto Internacional De Denver

O artigo trata-se da construção do Aeroporto Internacional de Denver, no estado do Colorado, em 1989, este, foi o primeiro grande aeroporto construído no EUA, desde o Aeroporto de Dallas-Fort Worth em 1974. Este aeroporto até 1970 funcionou com sua capacidade operacional limitada, devido a seu layout de pistas, pois, nele havia somente duas pistas paralelas norte-sul e duas pistas paralelas adicionais leste-oeste, que acomodavam apenas linhas aéreas regionais. Somado a capacidade limitada de pistas, ainda havia a falta de separação lateral das pistas que acabava por acarretar em atrasos nos períodos de alto fluxo de voos.


O foco principal dos autores do texto foi o sistema integrado de manejo de bagagem, que segundo eles poderia ser melhorado no quesito eficiência na entrega de bagagens, sendo que o sistema que inicialmente atenderia parte do aeroporto foi expandido para todo aeroporto.

O projeto foi justificado tendo em vista a localização geográfica de Denver e seu o crescimento populacional e comercial que tornavam a cidade atraente para operações de hubbing das companhias aéreas. Com tempo ruim e em períodos de muito tráfego, havia limitações que prejudicavam as programações de conexões importantes para a manutenção dessas operações e no caso de tempestade local poderia ocorrer congestionamento no tráfego aéreo em todo EUA.

A perspectiva era de que com a implantação em todo o aeroporto fosse reduzido o tempo gasto na preparação para as operações de hub e manejo manual das bagagens. Contudo por ser um projeto complexo e de grande amplitude possuía riscos para as entidades a serem atendidas pelo sistema devido ao curto prazo e o grau de incertezas técnicas as quais possuía o projeto a ser implantado. No campo político foram feitas propagandas que o aeroporto iria reavivar a economia do Colorado e seria uma vitrine para o Departamento de Obras Públicas.

Após o processo de licitação, o contrato foi assinado a BAE Automated Systems Inc., uma empresa de manufatura e de consultoria de engenharia baseada em Carollton, Texas, devido sua experiência na implantação da tecnologia de manejo de bagagens em menor escala. Inicialmente a data programada para a entrega da obra foi em outubro de 1993, o que não foi possível devido a problemas que ocorreram durante a construção do projeto, o que fez com que a data da inauguração fosse prorrogada por mais três vezes num período de sete meses.

Com o atraso na entrega da obra, houve grande pressão para que as obras fossem aceleradas por partes dos muitos interessados no projeto de construção do aeroporto. Com a pressão sobre o prazo a empresa responsável pela construção reconheceu problemas mecânicos e elétricos que, mas afirmava ser capaz de concluir a obra conforme prometera, além de sugerir um sistema de backup com veículos rebocadores, carrinhos e correias transportadoras que poderia ser construído em cinco meses, o que foi autorizado pelo prefeito Webb em agosto de 1994. Porém apesar de autorizar a construção do sistema de backup notificou a BAE da imposição de uma multa de $12.000 ao dia por não acabar o sistema de bagagem na data original de término acordada no início do projeto.

Ao analisar o texto dos autores é possível observar claramente que houve falhas de planejamento, de execução e de supervisão do projeto de implantação do sistema de manejo de bagagens no aeroporto de Denver, já que empresa responsável pelo projeto não cumpriu o prazo, alegando falhas elétricas e mecânicas, e embora tenha havido prorrogação no prazo de entrega o projeto não foi executado como planejado que era o de “construir o aeroporto mais eficiente do mundo, permitindo o crescimento e expansão do aeroporto sem comprometer sua eficiência”.

Um dos maiores problemas enfrentados foi realizar o acompanhamento da execução do projeto, pois, houve muitas mudanças durante o período de execução da obra, o acompanhamento não era centralizado antes do início do projeto e cada um tinha seu próprio sistema de acompanhamento, o que não contribuiu para o que a obra tivesse um acompanhamento efetivo como deveria, acabando por ter a inauguração prorrogada por prazo indeterminado depois de testes que não foram bem sucedidos, acabou por ter trechos dos trilhos isolados, pois, continham todas as características do sistema automatizado de bagagens e pretendia rodá-lo por um período extenso para testar a confiabilidade dos Telecars.

A Administração pública usou a obra para divulgar a cidade a fim de fomentar a economia local, além de gerar empregabilidade, porém ao final não aconteceu como fora planejado, já que os testes fracassaram, a obra demorou mais que o esperado e não foi executada a tempo. Apesar das multas estabelecidas pela não execução do projeto no prazo estipulado, e por danos morais causados a administração pública, esta entendeu que sua reputação foi manchada, já que depois da entrega do projeto os testes não foram bem sucedidos, tendo que inviabilizar partes o projeto para que fossem corrigidos os erros observados no projeto, depois que se julgava que este “já estava concluído”.

Referências: APPLEGATE, Lynda M.; MONTEALEGRE, Ramiro; NELSON, H. James; KNOOP, Carin Isabel; BAE Automated System (A): Sistema De Manejo De Bagagem Do Aeroporto Internacional De Denver. Harvard Business School. 311-P01, 1996.

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