Hawking quer explorar planetas habitáveis com nano foguete

Hawking: “A Terra é um lugar maravilhoso, mas não irá durar para sempre"



Uma missão surpreendente para explorar regiões do universo jamais vistas pelo ser humano foi lançada hoje pelo físico Stephen Hawking. O projeto, chamado Starshot Project, ainda conta com um financiamento de 100 milhões de dólares de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, e do filantropo russo Yuri Milner.

A ideia central é desenvolver uma tecnologia que permita que pequenos foguetes viajem pelo espaço em uma velocidade muito mais alta do que a possível atualmente. O objetivo inicial é permitir que as naves vão da Terra ao sistema estrelar Alpha Centauri em apenas 20 anos. Para comparação, essa mesma viagem hoje levaria 30 mil anos.

Com isso, será possível que cientistas explorem segredos desconhecidos do cosmos. De quebra, ainda poderão observar planetas do sistema Centauri que poderiam suportar vida alienígena -- ou até mesmo vida humana.

“A Terra é um lugar maravilhoso, mas não irá durar para sempre. Mais cedo ou mais tarde teremos de olhar para outras estrelas. O Starshot é um primeiro passo muito emocionante nesta jornada”, disse Hawking durante o evento.

O projeto irá trabalhar no desenvolvimento de nano espaçonaves (do tamanho de selos postais) que atingiriam 20% da velocidade da luz usando propulsão de um raio laser de 100 bilhões de watts. Elas seriam equipadas com câmeras, transmissores e velas solares.

Muita calma nessa hora


Apesar de a notícia ser incrível, as espaçonaves não serão lançadas em um futuro próximo. Ainda é preciso décadas de estudos para que o projeto saia do papel. De acordo com Milner, não existem grandes barreiras a serem ultrapassadas para que o lançamento ocorra.

Segundo ele, três desenvolvimentos tecnológicos que surgiram recentemente provam isso. O primeiro é a Lei de Moore, que afirma que a memória e a capacidade de processamento disponível em um chip de computador dobra a cada 18 meses ou mais. Isso significa que é possível fazer dispositivos menores com a mesma potência.

O segundo é a evolução da nanociência para que tecidos com propriedades únicas pudessem ser feitos sob encomenda. O último é o avanço na tecnologia a laser, que possibilitou a geração de muita energia a custos relativamente baixos.

Futuro espacial


Com este anúncio, milhares de pessoas poderão contribuir para o sucesso do projeto, que ficará aberto para domínio público. Agora, o desafio dos cientistas é criar uma maneira de unir vários lasers em apenas uma matriz para que as naves possam ser lançadas.

A tarefa não é nada fácil: a pequena sonda precisa atingir a velocidade em apenas dois minutos – e ainda sobreviver a uma aceleração de 60 mil vezes a força da gravidade.

Outro problema que precisa ser solucionado é a transmissão de todas as informações captadas pelas espaçonaves para uma estação receptora. Afinal, a distância de 40 trilhões de quilômetros da Centauri à Terra não permite o envio de dados rapidamente.

Avi Loeb, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, que dirige o conselho do projeto, disse no evento que o próximo passo é criar uma matriz de laser que funcione como um sistema de telescópio. Desse modo, ela receberia o sinal de retorno das naves.

"Imaginem inverter o sentido de tempo", disse Loeb. "Em vez de uma onda electromagnética que sai do sistema, ela pode receber uma onda".

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