Engenheiros recém-formados que, não faz muito tempo, podiam escolher onde iriam trabalhar, agora estão penando para conseguir emprego.
A gente sabe que 1,7 milhão de brasileiros perderam o emprego no ano passado. Foi o maior aumento em 14 anos. E atingiu todo mundo, até os profissionais antes disputados pelas empresas. Engenheiros recém-formados que, não faz muito tempo, podiam escolher onde iriam trabalhar, agora estão penando para conseguir emprego.
Há três anos, a conversa era outra. Faltavam profissionais no mercado e muitos estudantes apostaram na carreira. Agora, os efeitos da recessão: no ano passado, o número de engenheiros demitidos foi maior que o de contratados.
Depois de cinco anos de muita dedicação, Lucas Mourthé Félix se formou em dezembro em engenharia civil. Ele estava ansioso para começar logo a trabalhar. Mas o que ouviu até agora não foi muito animador. Não há vagas. “Dá uma sensação de frustração, que a gente se sente estagnado, a gente não tem tido espaço para exercer, para exercer essa qualidade e tudo o que a gente aprendeu e tudo que a gente se dedicou na universidade”, queixa-se.
Foi um balde de água fria no sonho do Lucas e de muitos outros engenheiros, que até há alguns anos ouviam de empresários e pesquisadores que o país estava crescendo e precisava desses profissionais. E, de fato, o mercado de engenharia ficou bem aquecido. Entre 2003 e 2013, o número de profissionais empregados na área subiu 87%.
Mas no ano seguinte, começou a cair. Em 2014, o número de engenheiros demitidos superou o de contratados em todo o país, de acordo com um estudo divulgado pela Federação Nacional de Engenheiros. E a situação só piora.
No ano passado, só em Brasília quase 500 engenheiros foram demitidos de empresas da construção civil que cancelaram obras e também de prestadoras de serviço que trabalhavam principalmente para o governo e não conseguiram renovar os contratos.
O desemprego atingiu engenheiros civis, elétricos, mecânicos. Só a construção civil, perdeu 480 mil postos de trabalho em 2015. Isso inclui engenheiros, técnicos e operários.
Chama a atenção o crescimento do desemprego entre os jovens. O IBGE divulgou na quinta-feira (28) que a ocupação entre as pessoas de 18 a 24 anos caiu para menos de 54% no ano passado. Isso considerando todas as profissões. É o mesmo nível de 2003.
Engenheira civil, depois de três anos e meio trabalhando em uma empresa, Tamires Freire foi demitida em julho e está bem preocupada. “Eu sou uma pessoa mais nova, a gente vê que eles vão manter os mais velhos, se tiverem lugar ainda, porque eu estou vendo pessoas com muita experiência sendo mandadas embora, e desempregadas, então é bem desesperador”, diz Tamires.
O presidente do Sindicado dos Engenheiros do Distrito Federal, Brasil Campos, diz que, embora a crise esteja eliminando postos de trabalho em todas as profissões, o setor de engenharia depende essencialmente das decisões do governo para reagir. “O crédito foi restrito, o juro aumentou, não há comprador para imóveis, tudo isso é uma cadeia que impede que o setor avance, que o setor cresça”, diz.
E para piorar, a renda do trabalhador teve a primeira queda, depois de dez nos crescendo.
Globo
A gente sabe que 1,7 milhão de brasileiros perderam o emprego no ano passado. Foi o maior aumento em 14 anos. E atingiu todo mundo, até os profissionais antes disputados pelas empresas. Engenheiros recém-formados que, não faz muito tempo, podiam escolher onde iriam trabalhar, agora estão penando para conseguir emprego.
Há três anos, a conversa era outra. Faltavam profissionais no mercado e muitos estudantes apostaram na carreira. Agora, os efeitos da recessão: no ano passado, o número de engenheiros demitidos foi maior que o de contratados.
Depois de cinco anos de muita dedicação, Lucas Mourthé Félix se formou em dezembro em engenharia civil. Ele estava ansioso para começar logo a trabalhar. Mas o que ouviu até agora não foi muito animador. Não há vagas. “Dá uma sensação de frustração, que a gente se sente estagnado, a gente não tem tido espaço para exercer, para exercer essa qualidade e tudo o que a gente aprendeu e tudo que a gente se dedicou na universidade”, queixa-se.
Foi um balde de água fria no sonho do Lucas e de muitos outros engenheiros, que até há alguns anos ouviam de empresários e pesquisadores que o país estava crescendo e precisava desses profissionais. E, de fato, o mercado de engenharia ficou bem aquecido. Entre 2003 e 2013, o número de profissionais empregados na área subiu 87%.
Mas no ano seguinte, começou a cair. Em 2014, o número de engenheiros demitidos superou o de contratados em todo o país, de acordo com um estudo divulgado pela Federação Nacional de Engenheiros. E a situação só piora.
No ano passado, só em Brasília quase 500 engenheiros foram demitidos de empresas da construção civil que cancelaram obras e também de prestadoras de serviço que trabalhavam principalmente para o governo e não conseguiram renovar os contratos.
O desemprego atingiu engenheiros civis, elétricos, mecânicos. Só a construção civil, perdeu 480 mil postos de trabalho em 2015. Isso inclui engenheiros, técnicos e operários.
Chama a atenção o crescimento do desemprego entre os jovens. O IBGE divulgou na quinta-feira (28) que a ocupação entre as pessoas de 18 a 24 anos caiu para menos de 54% no ano passado. Isso considerando todas as profissões. É o mesmo nível de 2003.
Engenheira civil, depois de três anos e meio trabalhando em uma empresa, Tamires Freire foi demitida em julho e está bem preocupada. “Eu sou uma pessoa mais nova, a gente vê que eles vão manter os mais velhos, se tiverem lugar ainda, porque eu estou vendo pessoas com muita experiência sendo mandadas embora, e desempregadas, então é bem desesperador”, diz Tamires.
O presidente do Sindicado dos Engenheiros do Distrito Federal, Brasil Campos, diz que, embora a crise esteja eliminando postos de trabalho em todas as profissões, o setor de engenharia depende essencialmente das decisões do governo para reagir. “O crédito foi restrito, o juro aumentou, não há comprador para imóveis, tudo isso é uma cadeia que impede que o setor avance, que o setor cresça”, diz.
E para piorar, a renda do trabalhador teve a primeira queda, depois de dez nos crescendo.
Globo