Engenheiro cria 'cobra robô' para uso em espaços confinados na indústria

Robô pode evitar acidentes de trabalho, atuando em operações de risco.
Iniciativa custou cerca de R$ 70 mil; idealizador busca mercado.

Um robô em formato de cobra, que pode alcançar locais inacessíveis para as mãos humanas, foi criado por um startup em São José dos Campos (SP). O “snake robot”, segundo o idealizador, pode ajudar a reduzir acidentes em fábricas. O protótipo foi projeto de mestrado do aluno Linconl Lepri, do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA).

Segundo ele, a ideia era trazer um produto que atendesse às demandas do setor aeronáutico, seu ambiente de trabalho, e que fosse inovador. Por isso, com o avançar do projeto, o robô foi adaptado a outros mercados, com o automotivo, por exemplo.

“O princípio do robô é ser totalmente flexível e poder acessar locais como a asa de um avião, o motor de um carro, ou espaços de tanques de petróleo. Com isso, ele poderia evitar os riscos que esse tipo de espaço oferece ao trabalhador ”, explicou Lincoln.
A iniciativa custou cerca de R$ 70 mil e foi financiada pelo ITA e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Além da área industrial, o 'snake robot' vai ser apresentado a empresas de defesa. Seu projeto mecânico permite que detecte bombas, vistorie locais em situação de risco ou faça buscas por vítimas de desabamentos em meio aos escombros.

Mercado


Como Lepri descreve, o sknake é um projeto flexível para o mercado. No entanto, a pesquisa precisa que alguma empresa financie as mudanças, adequando o robô de acordo com cada setor onde ele pode operar.

Algumas empresas sinalizaram o interesse, mas nada foi firmado desde o término do projeto, em 2013. “A dificuldade é conseguir o primeiro cliente parceiro, que acredite nessa ideia e nesse mercado. É ele quem vai me validar esse estudo”, explica.

Lincoln tenta engajar o produto por meio de uma startup. Para Alexandre Barros, coordenador do Cecompi no Parque Tecnológico, ainda existe uma barreira entre as grandes empresas, as empresas iniciais 'startup' e o espaço acadêmico.

“As empresas não tem essa mentalidade de aproximação da academia, do que tá sendo pesquisado, e a iniciativa de construir isso junto. Elas preferem comprar um produto pronto de um provedor que precisa atender a uma série de requisitos”, explicou.

Barros ainda acrescenta que é importante a aproximação do espaço acadêmico das grandes empresas, para que a indústria possam acompanhar o desenvolvimento dos projetos e viabilizar a entrada do produto no mercado.
O robô vai ser apresentado a algumas empresas da região ainda neste ano. 

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